PMMA: Aplicações, Riscos e Debates Atuais no Campo Estético

O Polimetilmetacrilato (PMMA) é um polímero termoplástico amplamente utilizado em diversas indústrias devido às suas propriedades únicas. Conhecido por sua transparência e resistência, o PMMA encontra aplicações que vão desde lentes de contato até procedimentos estéticos. No entanto, seu uso na medicina estética tem sido alvo de debates e preocupações recentes.

O que é o PMMA?

O PMMA é um polímero sintético derivado do metilmetacrilato. Devido à sua alta transparência e resistência a impactos, é frequentemente utilizado como alternativa ao vidro em aplicações que requerem materiais leves e duráveis. Além disso, sua biocompatibilidade permitiu sua incorporação em dispositivos médicos, como lentes intraoculares e cimento ósseo.

Uso do PMMA na Medicina Estética

No campo estético, o PMMA tem sido empregado como preenchedor para corrigir imperfeições faciais e corporais. Sua característica de não ser absorvido pelo organismo oferece uma solução permanente para pacientes que buscam resultados duradouros. Entretanto, essa permanência também traz desafios significativos.

Riscos e Complicações

Especialistas alertam para os potenciais riscos associados ao uso do PMMA em procedimentos estéticos. Complicações podem incluir:

  • Reações Inflamatórias: O organismo pode reagir ao material estranho, causando inflamações crônicas.
  • Formação de Nódulos: Podem surgir nódulos ou granulomas na área tratada, resultando em desconforto e alterações estéticas indesejadas.
  • Necrose Tecidual: Em casos graves, a interrupção do fluxo sanguíneo pode levar à morte do tecido na região aplicada.

Devido a essas preocupações, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) não recomendam o uso de PMMA para fins estéticos, enfatizando os riscos de complicações severas.

Posicionamento das Autoridades de Saúde

Em janeiro de 2025, o Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibição do uso de PMMA em procedimentos estéticos, citando o aumento de complicações relacionadas ao seu uso. O CFM destacou que, embora o PMMA tenha sido utilizado no passado para tratar lipodistrofia em pacientes com HIV/AIDS, alternativas mais seguras estão disponíveis atualmente, tornando seu uso desnecessário e potencialmente perigoso.

Considerações Finais

Embora o PMMA possua aplicações valiosas em diversas áreas, seu uso na medicina estética é controverso devido aos riscos associados. Pacientes interessados em procedimentos estéticos devem consultar profissionais qualificados e considerar alternativas mais seguras e temporárias, como o ácido hialurônico, que oferecem resultados satisfatórios com menor probabilidade de complicações.

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