O ator José Loreto recentemente enfrentou críticas por interpretar personagens antagônicos: o diabo no desfile da escola de samba Vila Isabel durante o Carnaval e Jesus na encenação da “Paixão de Cristo” em Recife, programada para a Semana Santa. Em resposta às reações negativas, Loreto expressou sua visão sobre a arte da atuação e a dualidade desses papéis.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o ator destacou que sua motivação na carreira é justamente a possibilidade de viver personagens extremos, sejam eles mocinhos ou vilões. Ele enfatizou que a arte tem o poder de provocar reflexões e emoções diversas no público.
Loreto lamentou o teor agressivo de algumas críticas, especialmente aquelas que, segundo ele, vinham “com ódio sob a justificativa do amor”.
“E o pior, a grande maioria da pessoas que vieram com ódio tinham a justificativa do amor e isso não entra na minha cabeça. Por que uma representação de uma lenda provoca tanta fúria?”, disse ele
Ao explicar sua participação no desfile da Vila Isabel, cujo enredo abordava lendas e superstições, Loreto questionou como seria possível contar a história sem a figura do diabo. Ele ressaltou que, na “Paixão de Cristo”, também há atores que representam o diabo tentando Jesus, exemplificando como a arte utiliza esses contrastes para promover reflexões sobre o bem e o mal.
Sobre os papéis, Loreto afirmou:
“Eu fiz o diabo, mas eu não sou o diabo, eu não gosto do diabo, eu não compactuo com nenhuma ideia do diabo.
Agora me diz, como contar essa história sem ter a figura do diabo? Na Paixão de Cristo tem atores que fazem o papel do diabo tentando Jesus. Através dessas histórias e desses personagens distintos é que a arte exemplifica o que é certo e errado, o que é do bem, o que é do mal, o que faz a gente refletir e evoluir”.
Em relação à interpretação de Jesus, ele expressou felicidade e honra pela oportunidade, destacando que, apesar de sua dedicação ao papel, ele não é Jesus.
A postura de José Loreto reflete a complexidade e a responsabilidade de dar vida a personagens tão distintos, evidenciando o compromisso do ator com a diversidade e profundidade de suas interpretações.
