Em entrevista comovente ao “Fantástico” exibida no último domingo, a cantora Roberta Miranda, de 68 anos, compartilhou detalhes dolorosos de sua juventude, incluindo abusos físicos e psicológicos que sofreu dentro de sua própria família.
Roberta revelou que, a partir dos 14 anos, enfrentou um ambiente doméstico marcado pelo alcoolismo do pai, que, sob efeito da bebida, tornava-se violento.
“Meu pai era alcoólatra e, quando não bebia, era o homem que eu mais amava. E, quando bebia, era quem eu mais odiava. Ele me batia, me jogava para fora de casa. Não aguentava mais aquele tipo de humilhação”, desabafou a cantora.
Diante das agressões, Roberta decidiu deixar o lar e buscar sustento como cantora em boates. Foi nesse período que ela sofreu um episódio traumático de violência sexual.
“Fui trabalhar na boate como cantora para ter um teto. Foi onde tinha uma pessoa que se invocou comigo. Meteu o revólver na minha cabeça e me estuprou”, relatou.
Aos cinco meses e meio de gestação decorrente desse abuso, Roberta enfrentou mais uma tragédia. Ao resistir às investidas do agressor, foi violentamente atacada, resultando na perda do bebê.
“Quando meu filho estava com cinco meses e meio, ele me queria outra vez. Dei uma cadeirada nele. Eu tinha um ódio dele tremendo. Foi quando ele deu um chute na minha barriga e matou o meu filho”, contou emocionada.
Para lidar com as lembranças dolorosas ao escrever sua biografia “Um Lugar Todinho Meu“, lançada em dezembro de 2024, Roberta contou com o apoio de seu cão de estimação, Severino.
“O Severino foi um conselho da minha psicóloga, porque escrever esse livro, passar a minha história, foi algo dificílimo. Ele me dá um suporte emocional incrível”, explicou.
A decisão de compartilhar sua história teve como objetivo inspirar e apoiar outras mulheres que enfrentam situações semelhantes.
“Essa decisão eu levei muitos anos. Quando percebi que poderia ajudar ao meu próximo, no caso, a mulher, aí tive coragem”, afirmou a cantora.
A trajetória de Roberta Miranda é um testemunho de resiliência e superação, transformando experiências traumáticas em força para conquistar seu espaço na música sertaneja e servir de exemplo para muitas mulheres.
